Holocausto na Bélgica
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O Holocausto na Bélgica refere-se à perseguição, e tentativa de extermínio, dos judeus e dos ciganos durante a ocupação alemã da Bélgica durante a Segunda Guerra Mundial entre 1940 e 1944.
No início da Guerra, a população belga era maioritariamente católica. Os judeus representavam a maioria da população não-cristã do país, totalizando entre 70 000–75 000 de um total de 8 milhões. A maioria vivia nas cidades de Antuérpia, Bruxelas, Charleroi e Liège. A grande maioria era composta por imigrantes recentes na Bélgica que fugiam da perseguição na Alemanha e na Europa de Leste, e, como tal, eram poucos aqueles que possuiam cidadania belga.
Pouco depois da invasão da Bélgica, o Governo Militar emitiu um conjunto de leis anti-semítas em Outubro de 1940. A Comissão de Secretários-Gerais belga recusou-se desde início a fazer cumprir quaisquer leis anti-semítas, e o Governo Militar mostrou-se relutante em elaborar mais legislação. O governo alemão começou a apreender os negócios detidos por judeus e a expulsá-los de cargos na função pública. Em Abril de 1941, sem qualquer ordem das autoridades alemãs, colaboradores flamengos pilharam duas sinagogas em Antuérpia e incendiaram a casa do rabi principal da cidade. Os alemães criaram a Judenrat no país, the Association des Juifs en Belgique (AJB; "Associação dos Judeus na Bélgica "), na qual todos os judeus deviam fazer parte. Parte integrante da Solução Final desde 1942, a perseguição aos judeus belgas aumentou de forma exponencial. A partir de Maio de 1942, os judeus foram obrigados a usar uma Estrela de David amarela para os distinguir da população em geral. Utilizando os registos da AJB, os alemães começaram a deportar os judeus para campos de concentração nazis no Governo Geral (o território ocupado da Polónia). Os judeus escolhidos a partir dos registos eram enviados para o novo campo de reagrupamento de Mechelen; seguidamente, eram deportados através de sistemas ferroviários específicos para campos de concentração, em particular para o de Auschwitz. Entre Agosto de 1942 e Julho de 1944, cerca de 25 000 judeus e 350 ciganos foram deportados da Bélgica; mais de 24 000 seriam mortos antes de os campos serem libertados pelos Aliados.
De 1942 em diante, o descontentamento entre a população face ao tratamento que os judeus na Bélgica estavam a passar, cresceu. No final da ocupação, mais de 40% de todos os judeus na Bélgica encontravam-se escondidos; muitos deles eram protegidos por gentios, em particular por padres e freiras católicos. Alguns eram ajudados pela resistência organizada, como o Comité de Défense des Juifs (CDJ; "Comissão de Defesa dos Judeus"), o qual fornecia alimentos e protecção aos judeus escondidos. Muitos desdetes acabaríam por se juntar à resistência armada. Em Abril de 1943, membros do CDJ atacaram o vigésimo comboio para Auschwitz, e conseguiram salvar alguns dos que lá dentro seguiam para serem deportados.