Lista de couraçados do Japão
De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
A Marinha Imperial Japonesa construiu uma série de couraçados entre as décadas de 1890 e 1940. O Império do Japão anteriormente tinha adquirido alguns ironclads de estaleiros estrangeiros, mesmo tendo adotado a doutrina naval da Jeune École que enfatizava embarcações menores e baratas para contrapor navios grandes e caros. Entretanto, os japoneses comissionaram os dois couraçados da Classe Fuji na década de 1890, a fim de fazer frente à Marinha Imperial Chinesa; eles foram encomendados no Reino Unido pois o Japão não tinha a tecnologia e capacidade de construir suas próprias embarcações. A experiência da Primeira Guerra Sino-Japonesa de 1894 e 1895 convenceu os japoneses que sua doutrina era insustentável, levando a um programa de construção naval de dez anos que pedia por seis couraçados e seis cruzadores blindados. Os dois navios da Classe Shikishima e os couraçados Asahi e Mikasa também foram comprados no Reino Unido. A Marinha Imperial sabia que não conseguiriam construir mais do que norte-americanos ou britânicos, assim decidiram que suas embarcações sempre seriam de qualidade superior para compensar sua inferioridade numérica.[1]
As tensões entre Japão e Rússia aumentaram no início do século XX pelo controle da Coreia e Manchúria, com os japoneses encomendando dois couraçados da Classe Katori em 1903, os últimos construídos no exterior, com o objetivo de fazer frente à Esquadra do Pacífico russa.[2] O Japão, desejando impedir reforços inimigos antes que seus novos navios fossem finalizados, iniciou a Guerra Russo-Japonesa em 1904 com um ataque surpresa contra a base russa de Porto Artur. Pouco depois, os japoneses encomendaram os dois couraçados da Classe Satsuma, os primeiros onstruídos domesticamente.[3] O Exército Imperial Japonês capturou as embarcações sobreviventes da Esquadra do Pacífico até o final do ano. Os russos então enviaram a maior parte da Frota do Báltico, porém ela foi quase toda destruída na Batalha de Tsushima em maio de 1905.[4] O Japão acabou por capturar cinco couraçados russos durante o conflito. Eles foram concertados e comissionados na Marinha Imperial, com dois sendo depois vendidos de volta para a Rússia em meados da Primeira Guerra Mundial. A magnitude da vitória na Batalha de Tsushima fez com que a liderança da marinha acreditasse que confrontos de superfície entre duas frotas era o único tipo de batalha decisiva em uma guerra moderna, além de que essa vitória seria decidida pelos couraçados armados com as maiores armas.[5]
Com o fim da Guerra Russo-Japonesa, o Japão passou a se focar no Reino Unido e Estados Unidos, seus rivais restantes para o domínio do Oceano Pacífico,[6] acreditando que seria inevitável que um conflito estourasse com pelo menos um desses países. Consequentemente, foi aprovada a Política de Defesa Imperial de 1907, que pedia pela construção de uma frota de batalha composta por oito couraçados e oito cruzadores.[7] Esta foi a origem do Programa de Frota Oito-Oito, que era o desenvolvimento de uma linha de batalha coesa composta por dezesseis navios grandes.[8] O lançamento do couraçado britânico HMS Dreadnought em 1906 e do cruzador de batalha HMS Invincible no ano seguinte mudou o cenário naval mundial,[9] complicando os planos japoneses pois essas embarcações deixaram todos os couraçados e cruzadores blindados existentes obsoletos. O Japão assim foi forçado a reiniciar o plano Oito-Oito com couraçados no estilo dreadnought e cruzadores de batalha.[10][11] Isto levou à Classe Kawachi em 1907, seguida pelas classes Fusō e Ise na década seguinte. O sétimo e oitavo couraçados dreadnought japoneses vieram em 1917 e 1918 com os dois membros da Classe Nagato.[12]
Os Estados Unidos anunciaram em 1919 a retomada de seu programa de construção naval de 1916 e os japoneses, em resposta, encomendaram oito couraçados rápidos das classes Kii e Número 13.[13] A perspectiva de uma nova corrida armamentista naval entre Estados Unidos, Reino Unido e Japão após a Primeira Guerra Mundial fez com que os três países assinassem o Tratado Naval de Washington em 1922, que limitava os japoneses a uma proporção de 3:5:5 em tonelagem de couraçados em relação a britânicos e norte-americanos. O tratado forçou a Marinha Imperial a descartar todos seus pré-dreadnoughts e seus dreadnoughts mais antigos, enquanto os navios ainda em construção foram desmontados ou afundados como alvo de tiro. Além disso, o tratado proibia a construção de novas embarcações por dez anos. Oponentes do tratado e seus sucessores assumiram o controle dos altos escalões da Marinha Imperial nesse período,[14] com os cruzadores de batalha da Classe Kongō sendo reconstruídos como couraçados rápidos, enquanto os couraçados ainda existentes foram modernizados.[15] O crescimento do ultranacionalismo japonês e o domínio militar do governo fez o Japão abandonar o Tratado Naval de Washington em 1936. Planejamento para o período pós-tratado tinha começado dois anos antes e incluía cinco couraçados armados com nove canhões de 460 milímetros, o que se tornou a Classe Yamato.[16] Os sucessores destes começaram a ser planejados pela Marinha Imperial no final da década de 1930, o que levou ao Projeto A-150, que seriam armados com canhões ainda maiores, porém nunca foram construídos por outras embarcações receberem prioridade no início da Segunda Guerra Mundial.[17]
Armas principais | Número e tamanho dos canhões da bateria principal |
---|---|
Deslocamento | Deslocamento do navio totalmente carregado |
Propulsão | Número e tipo do sistema de propulsão e velocidade máxima |
Batimento | Data em que o batimento de quilha ocorreu |
Lançamento | Data em que o navio foi lançado ao mar |
Comissionamento | Data em que o navio foi comissionado em serviço |
Destino | Fim que o navio teve |