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Proposta de anexação russa da Transnístria
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O Governo da Transnístria, um Estado separatista reconhecido internacionalmente como parte da Moldávia, solicitou inúmeras vezes a anexação pela Rússia. A Transnístria é um território que se separou da Moldávia devido ao receio de uma possível unificação desta última com a Romênia. Isto desencadeou a Guerra da Transnístria, na qual a Transnístria, apoiada pela Rússia, conseguiu manter-se separada da Moldávia.[1] Apesar disso, hoje a Transnístria é legal e internacionalmente considerada parte da Moldávia.[1]
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Após a anexação da Crimeia pela Rússia em 2014, as esperanças na Transnístria de que a Rússia também anexaria o seu território aumentaram. A Transnístria tem uma população étnica russa substancial e a grande maioria da sua população fala russo. O território é apoiado financeiramente pela Rússia, e a educação e as leis da Transnístria também estão interligadas com a Rússia. Em 2006, um referendo na Transnístria foi organizado pelo primeiro presidente da Transnístria, Igor Smirnov, para votar a favor de uma possível reintegração na Moldávia ou independência e uma futura adesão à Federação Russa. A primeira proposta foi rejeitada e a segunda aprovada, embora a veracidade destes resultados tenha sido questionada. Ainda assim, estudos posteriores comprovaram a popularidade da ideia em pelo menos parte da população da Transnístria.
Por tudo isto, exatamente no mesmo dia em que a Rússia anexou a Crimeia, o líder do parlamento da Transnístria, Mikhail Burla, enviou uma carta à Rússia solicitando a facilitação de uma anexação russa da Transnístria nas leis do país, o que teve uma resposta negativa da comunidade internacional. O tema foi mencionado em inúmeras outras ocasiões por diferentes políticos da Transnístria, como a ex-ministra das Relações Exteriores da Transnístria Nina Shtanski, o ex-presidente da Transnístria Evgeni Shevtchuk (que emitiu um decreto sem sucesso em 2016 para eventualmente fazer a Transnístria se juntar à Rússia) e o atual, Vadim Krasnoselski. Algumas figuras da Rússia como Zakhar Prilepin, Vladimir Zhirinovski e o partido Pela Verdade responderam positivamente a tal possibilidade.
Em 22 de fevereiro de 2023, a Rússia revogou um decreto de 2012 que exprimia o desejo do Kremlin de "encontrar uma solução jurídica para a Transnístria, respeitando a integridade territorial da Moldávia".[2][3] Esta revogação poderia permitir à Rússia reconhecer oficialmente a secessão da Transnístria, como já aconteceu com a Abecásia e a Ossétia do Sul na Geórgia.[4][5] No entanto, vários analistas consideram que a Rússia não tentará anexar a Transnístria porque a legalidade russa teria então de ser aplicada no país, o que tornaria mais difícil um certo número de trocas internacionais tornadas possíveis pelo não reconhecimento do país e pelas quais a Rússia teria então de responder.[6] Uma anexação da Transnístria pela Rússia seria contraproducente para este objetivo e poderia mesmo acelerar uma unificação indesejada entre a Moldávia e a Roménia. Além disso, a Transnístria está muito longe da Rússia, não tem litoral e os russos étnicos constituem apenas um terço da população, sendo os outros dois terços constituídos por ucranianos e moldavos, que, mesmo não podendo exprimir-se livremente, poderiam insurgir-se contra um tal projeto.