Livro do Armeiro-Mor
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O Livro do Armeiro-Mor é um manuscrito iluminado datado de 1509, durante o reino de D. Manuel I, décimo-quarto rei de Portugal. O códice é um armorial, isto é, uma coletânea de armas heráldicas, da autoria do Rei de Armas João do Cró. É considerado uma das obras-primas da iluminura conservadas em Portugal, a par de, por exemplo, o Apocalipse do Lorvão, do século XII, o Livro de Horas de D. Duarte, ou dos contemporâneos Bíblia dos Jerónimos e Livro de Horas de D. Manuel, também executados para o Venturoso. Por ser o mais antigo armorial português que sobreviveu até aos nossos dias, por ser a fonte mais antiga que hoje temos quanto a certas armas, e ainda pela beleza das suas magníficas iluminuras, é considerado o mais importante armorial português. Foi chamado o "monumento máximo do que poderemos chamar a cultura heráldica portuguesa."[1]
A obra é assim chamada por ter sido entregue à guarda do Armeiro-Mor D. Álvaro da Costa, nomeado em 1511, em cuja família o cargo e a guarda do livro se mantiveram por mais de dez gerações. Por essa razão escapou o Livro do Armeiro-Mor ao grande Terramoto de 1755, que destruiu, entre tantas outras coisas, o Cartório da Nobreza. O livro esteve ainda na origem do Livro da Nobreza e Perfeiçam das Armas ainda na primeira metade do século XVI. O Thesouro de Nobreza, já no terceiro quartel do século XVII, seguiu de certa forma o modelo da obra de João do Cró.
Este artigo enumera a totalidade das quase quatrocentas armas no Livro do Armeiro-Mor, na exata ordem em que estas são apresentadas nos cinco capítulos da obra.