Sexto relatório de avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas
documento elaborado pelo IPCC analisando o problema do aquecimento global / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
O Sexto Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (em inglês, Intergovernmental Panel on Climate Change Sixth Assessment Report) é um documento elaborado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) analisando o problema do aquecimento global. Sua publicação, dividida em volumes, iniciou em 9 de agosto de 2021, com a divulgação do Summary for Policymakers (Sumário para os Criadores de Políticas), um resumo em linguagem mais acessível do volume The Physical Science Basis of Climate Change (As Bases da Ciência Física da Mudança Climática).[1][2] A publicação da íntegra do volume e dos volumes restantes deve ocorrer nos próximos meses, após terminadas e aprovadas as últimas revisões.[3][4]
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O 6º Relatório é a versão mais atualizada da série de grandes documentos que o IPCC vem produzindo desde 1990[5][4] e reforçou as conclusões dos relatórios anteriores de que o aquecimento global é uma realidade e que sua causa é as atividades humanas.[6] 517 cientistas trabalharam no documento,[7] analisando mais de 14 mil estudos científicos,[5] sendo aprovado por representantes de 195 governos.[8]
O relatório concluiu que desde 1850 o planeta aqueceu em média 1,1° C, com um aquecimento mais intenso sobre os continentes, e que o aquecimento médio global deve atingir ou exceder 1,5º C nos próximos 20 anos.[6] Em todos os cenários hipotéticos desenvolvidos pelos modelos climáticos, exceto no cenário de emissões de gases estufa mais baixas (SSP1-1,9), o nível de 1,5°C, desde o Acordo de Paris considerado o máximo seguro, será ultrapassado no futuro próximo e permanecerá acima de 1,5°C até o final do século. Os atuais compromissos internacionais de redução de emissões são insuficientes para manter o nível de 1,5º C, e mesmo se cumpridos, a melhor estimativa é chegarmos ao ano de 2100 com um aquecimento de 2,7º C.[1][9] As temperaturas observadas desde 2011 se igualam às do período quente de 125 mil anos atrás, quando o manto de gelo da Groenlândia desapareceu quase completamente. Mesmo com o aquecimento estabilizado em 1,5º C, eventos extremos sem precedentes no registro histórico deverão acontecer.[4]
O relatório respondeu a importantes questões sobre como as emissões de gases estufa e outros poluentes estão alterando o clima; como as plantas, o solo e o oceano armazenam e liberam carbono; como o clima responde à influência humana; e o que podemos esperar de qualquer aumento adicional no aquecimento global. Suas informações dão bases sólidas para a adoção de estratégias e políticas de mitigação e adaptação ao aquecimento e seus efeitos.[10] O relatório deixou claro que se as tendências atuais continuarem o aquecimento vai continuar aumentado, mas que o futuro do planeta depende das escolhas que a humanidade fizer hoje. Contudo, para que o aquecimento seja contido abaixo de 1,5º C as emissões devem cair a zero nas próximas décadas, caso contrário deve-se esperar até o fim do século XXI um aumento de 2,5 a 4° C.[11]